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Entrevista | Paulinho Bornhausen se diz disposto em disputar eleição pelo Podemos em SC

Por: Marcos Schettini
17/06/2021 14:30
Divulgação

Ex-deputado federal, notável liderança catarinense, Paulinho Bornhausen está distante dos holofotes da política, mas mantém-se como um hábil personagem dos bastidores. Nome responsável pela construção do Podemos em Santa Catarina, antes montou o PSB em território catarinense para dar respaldo ao projeto presidencial de Eduardo Campos.

Filho do ex-governador Jorge Konder Bornhausen, Paulinho concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Marcos Schettini e falou do atual momento político do Brasil. Fez uma análise das questões democráticas, sociais e econômicas, apontando rumos que entende como melhor para o Estado e o país. Ainda, se disse disposto em disputar uma vaga à majoritária ou na proporcional nas eleições de 2022 pelo Podemos. Confira:


Marcos Schettini: O processo do aeroporto de Navegantes conquistou um fôlego, diga-se, para que se possa estudar a construção da segunda pista. O que isso significa?

Paulinho Bornhausen: Significa uma vitória na repescagem. As forças políticas e econômicas do nosso Estado não foram eficientes em defender no tempo normal do jogo o direito de termos a vital segunda pista incluída no edital de concessão do aeroporto Victor Konder, de Navegantes. Restou a Justiça nos conceder uma nova oportunidade para afastarmos essa injustiça, esse atraso que poderá nos custar muito caro em termos de desenvolvimento e geração de oportunidades.


Schettini: Por que os catarinenses vivem dificuldades na sensibilidade da infraestrutura nacional? Quem é SC?

Paulinho Bornhausen: Principalmente pela falta de uma representação política mais influente a nível nacional e a nível estadual também. Já tivemos ministros, presidentes nacionais de partidos, líderes de bancada na Câmara e no Senado que nos rendiam prestígio e atendimento decente em nossas justas reivindicações. Hoje vemos algumas cenas de intimidade com o poder que só geram posts nas redes sociais. Na hora do orçamento viramos novamente o 0 da BR-101. Dura realidade.

Schettini: O Sr. tem um sobrenome grandioso na história de SC. Qual é o erro e acerto disso?

Paulinho Bornhausen: A história política da minha família foi forjada nas derrotas e vitórias das urnas. Foram muitos governantes e parlamentares que ajudaram a construir o Estado mais admirado do país. Isso me enche de orgulho e por si só responde a sua pergunta.


Schettini: O ex-governador Jorge Bornhausen defende o centro para ajustar a democracia. Ela está em xeque?

Paulinho Bornhausen: Ninguém ganha eleição sem o apoio do centro. O centro é o ponto de encontro da sociedade. É o verdadeiro seguro democrático, é onde se pratica a tolerância com as diferenças sem perder o norte da gestão pública austera e eficaz. O centro é um antídoto da demagogia barata dos extremos que engana muitos por um tempo, mas não a todos o tempo inteiro.


Schettini: Onde o Brasil erra ou acerta?

Paulinho Bornhausen: A democracia não é fácil nem barata. Mas é o melhor regime para preservar as liberdades. Nesse caso, não existe acerto ou erro. Existe uma evolução da sociedade na sua autogestão através do voto livre e democrático. E efetivamente o regime democrático não foi feito para escolher os melhores. Temos que ter paciência e seguir o aprendizado. Convivendo com as dificuldades e as conquistas no tempo possível.


Schettini: Por que o país vive tensão permanente? Qual é o futuro?

Paulinho Bornhausen: Com explanei anteriormente, a democracia é lenta, barulhenta e até errática. Mas nos conserva o principal: o direito à liberdade! Espero que o futuro possa nos surpreender. Que essa democracia e seus homens públicos conquistem um espírito público elevado e repitam menos os erros do passado. O brasileiro tem uma tendência muito ruim de repetir os erros sem aprender com os mesmos. Isso custa muito caro à sociedade.


Schettini: O Sr. é alinhado ao Podemos para dar qual direção?

Paulinho Bornhausen: Em Santa Catarina a mesma que o nacional. Um posicionamento de centro. Focado na construção de um projeto de Estado colaborativo e sustentável. Algo que possa nos trazer de volta ao futuro e que nos recomponha o orgulho de ser catarinense. Iremos sempre nos alinhar as melhores propostas e a atores políticos honrados. Esse é o mínimo que a sociedade espera de nós!


Schettini: O Brasil errou no impeachment da presidente Dilma Rousseff?

Paulinho Bornhausen: Penso que não. Foi um julgamento político de uma presidente que se mostrou inapta, causando grandes danos a economia popular. Da atual e das futuras gerações. O impeachment reparou uma fraude eleitoral.


Schettini: Então por que vive-se a desconfiança de um abismo depois da eleição?

Paulinho Bornhausen: Na minha opinião, tudo que fazemos com raiva tem o viés de dar errado. Pequenos sentimentos atraem pequenos sentimentos. A raiva gera desconfiança, divisão e incentiva a ignorância. Por fim, quando aplicada a forma de governar, gera um prejuízo permanente às pessoas e instituições.


Schettini: A Terra é plana, a urna eletrônica é fraudulenta, a vacina é um erro, a máscara é desnecessária. Por quê?

Paulinho Bornhausen: Visões no mínimo equivocadas que, na minha opinião, não nos fazem evoluir adequadamente. Não ajudam a construir uma sociedade mais justa, mas são parte do aprendizado democrático. Tenho a esperança que mais tarde, ao vermos a distância, sejam apenas pequenas falhas numa história de um Brasil que nos orgulhe.

Schettini: Qual é sua participação política no pleito do ano que vem?

Paulinho Bornhausen: Vou ajudar na construção do Podemos em Santa Catarina. Nosso desejo é juntar pessoas preparadas e do bem para participar do próximo pleito. Vou estar ao lado delas e me coloco à disposição do meu partido. Posso disputar uma eleição majoritária ou proporcional. Nas seis eleições que concorri durante a minha vida política somei 2.425.983 votos, conquistados com muito trabalho e retidão. Irei aonde mais puder ajudar meu partido, meu Estado e o meu país.


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